Brasília, segunda-feira, 10 de outubro de 2011 - 20:50 | Atualizado em: 27 de outubro de 2011
AÇÃO SINDICAL
SAEP debate atuação e conquistas na Católica
Por: Daiana Lima
Trabalhadores receberam informativo com ações do SAEP contra UCB

Em reunião realizada pelo Sindicato na última quinta-feira (6), na Universidade Católica de Brasília (UCB), os representantes do SAEP apresentaram uma lista de ações movidas pela atual diretoria do Sindicato para garantir os direitos trabalhistas dos auxiliares de ensino da instituição.
Ao iniciar o debate, a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, fez uma breve avaliação da campanha salarial de 2011, que, segundo ela, foi uma negociação bastante difícil.
"Eles [os patrões] queriam tirar a bolsa de estudos e isso nos tomou bastante tempo e prejudicou a negociação dos outros itens da pauta. Ficamos [representantes do SAEP] muito tensionados e pressionando pela manutenção da bolsa, que consideramos muito importante para os trabalhadores", disse a presidente.
Maria destacou a importância do encontro com os auxiliares da Católica e disse também que o momento era de participação dos trabalhadores com seus representantes sindicais, para discutir os interesses da categoria.
Bolsa de estudos
O assessor político do SAEP, Marcos Verlaine, começou sua fala abordando sobre os desafios da organização da categoria para fortalecer o Sindicato e exercer pressão sobre os patrões.
"Estamos sentindo os efeitos de uma convenção que não foi negociada há anos [se referindo ao período que a categoria era representada pelo SAE]. Não dá para recuperar vinte anos em cinco, que é o tempo [de fundação] do SAEP. A negociação da convenção depende da mobilização da categoria", observou Verlaine.
Verlaine lembrou que a estratégia de negociação dos empregadores este ano foi a retirada da bolsa de estudos, alegando que a Receita Federal estaria tributando o benefício, e por isso, seria retirada da CCT.
"Inventaram isso [os patrões], pois sabiam que íamos com tudo para conquistar o tíquete refeição. Inclusive já fizemos um estudo com o Dieese e a instituição não teria nenhuma perda concedendo o tíquete", revelou.
O assessor político informou que a responsabilidade de garantir a manutenção da bolsa de estudos na convenção era do SAEP, pois, se fosse retirada da CCT, a categoria cobraria do Sindicato.
"Fizemos uma pesquisa e entramos em contato com sindicatos de outros estados para saber sobre a taxação da bolsa e descobrimos que nunca houve nenhuma tributação. Até a própria Receita Federal desconhece isso", disse o assessor do SAEP, ressaltando que a ameaça dos patrões não passou de uma estratégia para tirar o foco da negociação da pauta de reivindicações.
Taxa assistencial
Sobre o grande número de oposições à taxa assistencial dos auxiliares da Católica este ano, os representantes do SAEP fizeram algumas constatações e provocações aos trabalhadores.
"A diretoria do SAEP faz uma autocrítica em relação ao desconto e reconhece que poderia ter sido um percentual menor, simbólico. Mas, se continuarmos com esse grande número de oposição nossa luta só enfraquece. Na verdade, essa oposição só ajuda os patrões", disse Marcos Verlaine.
O assessor político do Sindicato lembrou que o percentual da taxa assistencial é sempre discutida e aprovada em assembleia da categoria. No entanto, os trabalhadores da UCB não têm se mobilizado para participar dos eventos promovidos pelo Sindicato. Um exemplo disso foi o pequeno número de participantes da instituição no 2º Seminário realizado em março.
"De quem é a responsabilidade da dificuldade nas negociações? É só do Sindicato? Não. Todos aqui da Católica são corresponsáveis. Nada vai cair do céu, nem aumento de salário, nem tíquete. Precisamos nos organizar para conquistar isto", enfatizou.
Verlaine lembrou que, apesar das dificuldades nas negociações da convenção, a categoria não teve nenhuma perda, pois o SAEP garantiu a reposição da inflação, o aumento do piso e o abono salarial.
Sobre a contribuição da taxa assistencial, Verlaine disse que o SAEP "não está pedindo nenhum favor para os trabalhadores, mas, é um dever moral de todos contribuir com o Sindicato. É um dever de consciência de todos dar um retorno para o SAEP".
Organização da categoria
Ainda na reunião com os auxiliares da UCB, o assessor político do SAEP disse que há um constante desestimulo dos patrões para a organização dos trabalhadores com o Sindicato, o que resulta em uma categoria desorganizada politicamente.
"Se conseguirmos nos organizar, teremos melhores salários, melhor condição de trabalho e nossa vida melhora. Mas para isso, o SAEP precisa ter um retorno da categoria. Para mudar essa realidade os trabalhadores precisam procurar o Sindicato", explicou o assessor.
Verlaine ressaltou que se essa organização não acontecer, "pode mudar patrão, pode mudar a diretoria do SAEP, que o Sindicato vai continuar tendo dificuldade na negociação."
"Não tem via de mão única, essa via que vai ela tem que voltar, se não vamos continuar com um Sindicato sem força para negociar. Os patrões já entenderam a importância do SAEP, por isso essa desmobilização à participação. Feche o SAEP por uma semana e vocês vão ver o caos que vai virar."
O diretor do SAEP Mário Lacerda também ressaltou que não há outra alternativa, se não, a organização da categoria.
"O que é que cada um está fazendo para fortalecer o Sindicato? Essa luta tem que ser de toda a categoria, não há outra alternava, é preciso que nos organizemos", enfatizou Lacerda.
Diretoria atuante
Mário Lacerda, diretor do SAEP, destacou ainda que essa diretoria do Sindicato tem feito coisas que o sindicato anterior jamais fez para a os trabalhadores em educação do DF.
"O trabalho sindical da categoria está sendo feito agora. Esse é o momento de nos organizarmos e filiarmos ao SAEP", observou Lacerda.
O SAEP utiliza vários meios para divulgar as lutas da categoria e ampliar o contato com os trabalhadores. No site, por exemplo, procura sempre privilegiar as informações dos auxiliares de ensino e das instituições privadas.
Além do site, o Sindicato produz o jornal da categoria, oferece vários serviços como assessoria jurídica, homologação, convênios e incentiva constantemente a busca e a participação dos trabalhadores no SAEP.
Na reunião com os auxiliares da UCB, a diretoria do Sindicato levou um panfleto com as principais ações judiciais movidas pela diretoria atual do SAEP para garantir os direitos dos trabalhadores da Católica.
"Trouxemos este documento que mostra que o SAEP é bastante atuante e tem feito muitas demandas para os trabalhadores aqui da universidade. As informações estão aí [no panfleto], o que precisamos é de um retorno de vocês [auxiliares da UCB]", disse Marcos Verlaine, assessor político do SAEP.
Verlaine finalizou chamando os trabalhadores da Católica para se filiarem ao Sindicato, pois, não há nenhuma vantagem em não ser filiado, pelo contrário, a não organização só enfraquece a luta pela ampliação de direitos.
UCB tenta demitir dirigente sindical
O diretor do SAEP Mário Lacerda ressaltou ainda a importância da atuação da diretoria do Sindicato na defesa do dirigente sindical Willian Martins de Souza, que quando a Católica tentou demiti-lo sob a acusação do auxiliar ter cometido falta grave.
"Se não houvesse o empenho do SAEP o diretor Willian seria acusa, humilhado e demitido. Essa diretoria do Sindicato foi buscar o direito desse trabalhador. Se não existisse o SAEP, a situação desse auxiliar e de toda a categoria seria muito pior, podem ter certeza", disse Lacerda.
Após ação do Sindicato, o diretor Willian Martins teve sua estabilidade e reintegração ao quadro de empregados garantidas. Além disso, foi liberado para atividades do Sindicato, com todos os ônus para a Católica, até abril de 2012. Esta foi uma importante vitória do SAEP em benefício do representante sindical.
Para saber mais sobre esta e outras ações movidas pelo SAEP para garantir os direitos dos trabalhadores da Católica clique aqui.
Também participaram da reunião na UCB os diretores do SAEP Idenes de Jesus de Sousa Cruz, José Edvaldo Nascimento dos Santos e Willian Martins de Souza.
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