Sindicato apoia campanha contra cultura do estupro

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Brasília, segunda-feira, 30 de maio de 2016 - 10:31

#TODOSCONTRAOESTUPRO

Sindicato apoia campanha contra cultura do estupro


Fonte: Portal CTB

Mulheres são vítimas diariamente desse tipo de violência

Num espaço de poucos dias, uma menina de apenas 16 anos foi estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro e outra foi vítima de estupro coletivo no Piauí. As notícias chocaram. Até agora a polícia indiciou somente quatro rapazes do Rio de Janeiro, inclusive, um deles mantinha um relacionamento com a menina há pelos menos 3 anos.

 

"A situação de vulnerabilidade das mulheres só tende a piorar com esse governo golpista que acabou com o ministério que cuidava de políticas públicas para as mulheres", diz Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

 

Para ela, "a instalação desse governo, que é defendido por homens que pensam como o Jair Bolsonaro, vem acarretando muitos problemas para as mulheres, porque machismo para eles é elogio".

 

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no país. Mas o professor Robson Sávio, que gravou programa de rádio para o Sindicato dos Professores de Minas Gerais estima que esse número é ainda mais assustador porque muitas ainda não denunciam a violência (leia aqui).

 

Também é muito comum no Brasil denúncias de assédio sexual no mundo do trabalho e no transporte público como mostra o Instituto Patrícia Galvão de que dobrou o número de abusos sexuais no metrô de São Paulo em 4 anos.

 

A coordenadora-geral da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, não tem a menor dúvida de que "a atual situação de intolerância e misoginia que vivemos em nossa sociedade favorece esse tipo de violência ", porque "o patriarcado tem medo da emancipação feminina", reforça.

 

Ivânia concorda com ela. "Os homens que agem dessa maneira se assustam com as conquistas de espaços que tivemos nos últimos anos e com a instalação desse governo golpista sentem-se impunes para se vingar dos avanços sobre a questão da igualdade de gênero".

 

A coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (GEVID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian, em entrevista à BBC Brasil afirma que a certeza da impunidade motiva esse tipo de crime.

 

Eles "agem em grupo, gravam e publicam a própria prova do crime que praticaram", acentua. Isso para Silvia, "mostra o descaso para eventuais responsabilizações, descaso com a Justiça". Já a Organização das Nações Unidas Mulheres (ONU Mulheres) do Brasil exige punição aos agressores.

 

"A ONU Mulheres solicita, aos poderes públicos dos estados do Rio de Janeiro e do Piauí, que seja incorporada a perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento de tais casos, para acesso à justiça e reparação às vítimas, evitando a sua revitimização".

 

Lúcia defende a necessidade de intensificação de ações que combatam a violência contra as mulheres. "Precisamos nos manter nas redes e nas ruas divulgando nossos princípios de solidariedade, de justiça social, de crença em relações fundadas nos direitos humanos".

 

"Temos que combater a propagação de ideias de que o lugar da mulher se circunscreve ao lar como defende o patriarcado", acentua Ivânia. "Mostrar que o lugar das mulheres é onde elas quiserem e que isto não é contra os homens, mas sim em defesa de direitos iguais".

 

Para Ivânia, os casos de estupros, mostram que o "capitalismo oprime a todos, mas principalmentes as mulheres". Por isso, diz ela, "exigimos a punição de todos os agressores imediatamente. Chega de impunidade e de conivência com a violência".

 










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