Brasília, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 - 17:42
AÇÃO SINDICAL
Organização sindical é tema de debate com auxiliares do Uniceub
Por: Daiana Lima
Além da avaliação da campanha salarial de 2011, Sindicato discute prática constante da instituição que tenta dificultar o acesso do SAEP aos trabalhadores

A diretoria do SAEP buscou, mais uma vez, a Justiça do Trabalho para garantir o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho no Centro Universitário de Brasília (Uniceub), pois o Sindicato enfrenta grandes dificuldades na instituição para entregar material, como jornais e informativos, para os auxiliares da instituição.
O resultado, como esperado, foi favorável ao SAEP. Determinação judicial reafirmou o direito de o Sindicato ingressar nas dependências da instituição para ter acesso aos trabalhadores, conforme garante a CCT da categoria, cláusulas 16ª e 17ª.
Como resultado da ação judicial, representantes do Sindicato realizaram reunião com os auxiliares de ensino do Uniceub, no dia 14, no auditório da instituição.
A presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, conduziu o debate, com o diretor do Sindicato Willian Martins e o assessor político Marcos Verlaine, membro do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Ao abrir a discussão com os trabalhadores presentes à reunião, Maria fez uma avaliação da campanha salarial de 2011 e apontou as dificuldades nas negociações.
"Enfrentamos grandes dificuldades ao negociar a convenção coletiva. E enquanto a categoria não tiver consciência de se organizar e fortalecer o Sindicato continuaremos com essa convenção mínima, sem forças para ampliar nossos direitos".
Representação
Para a presidente do SAEP, o Sindicato é a ferramenta de luta mais importante dos trabalhadores, pois é por ele que se amplia e garante direitos, fiscaliza e combate as precárias relações de trabalho e emprego.
"O Uniceub tem uma resistência muito grande em relação ao Sindicato, não sei se por desinteresse dos trabalhadores ou se por um grupo que coage e desestimula esses trabalhadores", ressaltou Maria.
A presidente também explicou que, apesar de o Uniceub ter uma associação na instituição, somente o Sindicato tem poder de negociar e assinar a CCT da categoria.
"Quem é que luta, briga e negocia as reivindicações dos trabalhadores? A representação do SAEP é ampla, é de toda a categoria, com poderes para negociar e assinar documentos perante a Justiça."
Além disso, Maria de Jesus destacou que para avançar é preciso que o Sindicato seja fortalecido pelos trabalhadores por meio da filiação. "Não adianta os trabalhadores irem ao Sindicato só na época da taxa assistencial. É precisa participar, ir para o Sindicato e se filiar", finalizou a presidente.
Prática antissindical
Todo ano, no período da taxa assistencial, sempre após a assinatura da CCT, muitos auxiliares do Centro Universitário de Brasília são estimulados e organizados para irem ao SAEP se oporem ao desconto, recolhido para cobrir as despesas com a campanha salarial e para sustentação financeira do Sindicato.
Na reunião, o assessor político do SAEP, Marcos Verlaine, chamou atenção para o fato de os trabalhadores do Uniceub serem organizados por um grupo para enfraquecer o Sindicato com o ato da oposição à taxa assistencial.
Com isso, o representante da associação do Uniceub e preposto da instituição, Acrisio Correa Lima revelou que é a própria associação que aluga ônibus e leva os auxiliares para fazerem a oposição à taxa assistencial. Atitude esta considerada judicialmente como prática antissindical.
"Se alguém mobiliza os trabalhadores contra o Sindicato é porque tem alguma coisa errada aí. Qual é o interesse de quem está mobilizando os trabalhadores contra o Sindicato? Percebem essa contradição?", questionou Verlaine.
Direito a organização
O representante do SAEP ressaltou ainda que os patrões sabem da importância do Sindicato, por isso agem contra essa estrutura.
"Não permitir que o Sindicato entre aqui e entregue o jornal é não permitir que os trabalhadores se organizem. E numa democracia isto é um absurdo. Engraçado, que democracia é essa aqui? Do portão pra fora?", criticou Marcos Verlaine.
E acrescentou: "Vejam, companheiros, se é difícil com o Sindicato, imaginem sem. Lembrem-se como era antes do SAEP e como é hoje. Pelos patrões, eles não dariam nem o INPC."
Ao finalizar, o assessor do Sindicato disse que é preciso desde já pensar como será a negociação da CCT do próximo ano, pois muitos direitos ainda não foram conquistados e é preciso aumentar o piso salarial que, em relação à realidade de Brasília, está baixo.
"Não há possibilidade de organizar os trabalhadores por melhores condições de trabalho e salários sem luta. Não estamos discutindo se o patrão é bom ou ruim. Estamos mostrando que quanto mais forte for o Sindicato, melhor será a convenção coletiva. E o contrário também", destacou.
Por fim, os auxiliares foram convidados a ajudar o Sindicato a fazer o jornal do SAEP chegar a todos os trabalhadores, cada um recebeu mais três exemplares (ou mais) para entregar para seus colegas de setor que não participaram da reunião.
O SAEP tem insistido e buscado a Justiça para garantir o direito de ter acesso aos trabalhadores em seus locais de trabalho. Não apenas no Uniceub, mas, em todas as instituições de ensino do Distrito Federal.
Faça parte e fortaleça seu Sindicato, filie-se!
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