Brasília, quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 - 18:39
EFEITOS DA CRISE
Economistas preveem queda de até 1,7% no PIB do 4º tri
Fonte: Folha de S.Paulo
Primeiros meses de 2009 também vão registrar retração, afirmam analistas. Se a economia se contrair até março, país estará em um cenário de recessão técnica, com queda do PIB por 2 trimestres seguidos

A retração do setor industrial em novembro rebateu no PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2008, que, segundo estimativas de analistas, deve cair de 1% a 1,7% na comparação com o terceiro trimestre. Os especialistas ouvidos pela Folha já acreditam também numa queda no primeiro trimestre de 2009, o que colocaria o país num quadro "de recessão técnica".
"Os primeiros meses de 2009 vão ser ruins, com níveis ainda altos de estoques. O PIB sentirá esse impacto, e há uma chance preponderante de uma recessão técnica", afirma Bráulio Borges, da LCA.
Conceitualmente, um país está em recessão quando o PIB se contrai por dois trimestres consecutivos na comparação livre de efeitos sazonais com o trimestre anterior.
A indústria tem um forte peso no PIB. Incluindo construção civil e energia, o setor industrial responde por quase 30% das riquezas produzidas no país e calculadas pelo IBGE.
Para Thaís Zara, da Rosenberg & Associados, o PIB também deve recuar neste trimestre. "É bem provável que o Brasil esteja em recessão técnica".
Já Claudia Oshiro, da Tendências, afirma que o risco não está afastado, embora esse cenário ainda não se configure. A consultoria projeta estabilidade do PIB no primeiro trimestre, após uma queda estimada de 1,7% no último trimestre de 2008. Para este ano, a projeção é de uma alta de 3,1%.
Desfavorável
Com ou sem recessão, o fato é que 2009 começa num cenário mais desfavorável, especialmente para a indústria.
"A demanda não retomou o ritmo suficiente. Ainda existem estoques elevados. Não vai haver a tradicional recomposição de estoques de início de ano, o que retarda uma recuperação", afirma Thaís Zara, da Rosenberg & Associados. A LCA estima um recuo do PIB de 1% neste primeiro trimestre. Para 2009, a expansão deve atingir 3%.
Na opinião de Gilberto Braga, professor do Ibmec-Rio, os dados mostram que, "se a economia mundial teve seu setembro negro, a indústria brasileira teve seu novembro negro". Isso resultará, segundo ele, numa perda de 0,5 a 0,75 ponto percentual no PIB do último trimestre de 2008.
Em dezembro, a indústria manteve a tendência negativa e caiu 1,7% ante novembro, segundo Borges. Já Bruno Araújo, do Ipea, avalia que o setor deve ter crescido "muito pouco" em dezembro, o que levou a indústria a fechar 2008 com alta de 4,7%, mesmo patamar acumulado até novembro.
Investimentos
Uma preocupação dos economistas é com a freada dos investimentos, que vinham liderando a expansão do PIB e asseguram um crescimento sustentável. A produção de bens de capital caiu 4% de outubro para novembro, embora tenha mantido taxa positiva (3,6%) na comparação com o mês de novembro de 2007.
Mas o "coração" dos investimentos produtivos já sinalizou queda: a produção de máquinas para a própria indústria cedeu 10,9% ante novembro de 2007.
Com a queda da confiança de empresários, a situação deve se agravar em 2009, segundo Armando Castelar, economista da Gávea Investimentos.
"Em 2009, o desempenho de bens de capital sofrerá drasticamente. Primeiro porque a crise leva os empresários a suspender as decisões de investimento. Segundo porque vários projetos de investimentos eram de setores exportadores, em especial mineração e siderurgia, que estão com a produção em queda devido à crise".
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