Mais uma vez a direção da Faculdade da Terra de Brasília (FTB) não cumpriu o acordo com o SAEP, e o sindicato dos professores, Sinproep. No final do prazo, dia 15 de abril, estipulado pela própria mantenedora, para regularizar todas as pendências administrativas e financeiras, os dirigentes da instituição sequer se preocuparam em dar uma posição ou um esclarecimento sobre as negociações que possam sanar a crise da FTB.

Nesta quarta-feira (15), os auxiliares se reuniram em assembleia geral, no campus I, no Recanto das Emas, para discutir e deliberar os próximos passos da greve, para que se faça cumprir os direitos trabalhistas dos funcionários. Uma comissão, com sete auxiliares da faculdade, foi formada para acompanhar as negociações com a FTB e discutir propostas com a diretoria do SAEP.

Após a reunião da categoria, uma assembleia geral conjunta, SAEP e Sinproep, foi realizada no mesmo campus, com intensa participação de pais e alunos, que apóiam a greve dos trabalhadores e cobram o pagamento de todos os atrasados. Para que, assim, normalize as aulas na instituição.

"Se a situação dos professores é difícil, imagina a dos auxiliares, cuja maioria, só tem esse trabalho e depende dessa renda", ressalta a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, para que a comunidade apóie os funcionários e cobre da direção da faculdade uma solução rápida para resolver a situação dos trabalhadores.

Em razão disso, a presidente da SAEP defendeu a ideia, na assembleia, de a instituição – o dono atual ou o novo proprietário – priorizar a solução do problema dos auxiliares. Já que a base salarial de categoria é menor e os danos pelo não recebimento do salário são maiores, pois a única fonte de renda é a que percebem da FTB.

Os auxiliares e os professores decidiram manter a greve por tempo indeterminado, até que sejam quitadas todas as pendências financeiras com os funcionários. Agora, a categoria não aceita mais acordo ou prazo, tem que pagar tudo ou nada. Os empregados só voltam a trabalhar depois de receber todos os seus direitos trabalhistas.

Quem pagar mais, leva
O diretor da FTB, Vanderci Carrara se reuniu, nesta quarta-feira (15), com o deputado estadual Rui Muniz (DEM/MG), dono do Unicesp/Soebras, para negociar a venda da faculdade ao grupo mineiro.

No mesmo dia, Carrara negociou a venda da instituição com representantes da Faculdade Projeção e um terceiro comprador, que é empresário do setor automobilístico.

Hoje (16), o diretor da FTB vai se reunir com a direção da Universidade Paulista (Unip), que também tem interesse na compra da faculdade, que passa por uma crise administrativa e financeira.

Segundo o vice-diretor da instituição, Klecius Celestino, até sexta-feira (17) já terá uma solução concreta para o futuro da FTB.

Casa Amarela parada
Os trabalhos da Casa Amarela, mantenedora da faculdade, foram paralisados nesta quarta-feira (15). O local está fechado e os funcionários, aqueles que não aderiram à greve, liberados.

De acordo com informações de um auxiliar que trabalha na Casa, Carrara já tirou do lugar vários objetos pessoais e levou para sua residência.

Intervenção do MEC
Na segunda-feira (20), os professores vão pedir intervenção do Ministério da Educação (MEC) para solucionar o problema dos alunos. Muitos estudantes pagaram as mensalidades do semestre inteiro, além de correr o risco de perder um semestre sem aulas, ainda, podem ter o prejuízo financeiro.

Alguns alunos vão tentar negociar a transferência da turma inteira para outra faculdade. Porém, as datas para mudança já acabaram em muitas instituições. Este é mais um desafio desgastante que os estudantes vão ter que enfrentar.

Apoio à greve
Está marcada para sexta-feira (17), às 19 horas, no auditório do campus I, no Recanto das Emas, uma nova assembleia geral conjunta, SAEP e Sinproep, para mobilizar funcionários e alunos.

A diretoria do SAEP vai marcar hoje (16), uma reunião com a comissão de auxiliares para discutir propostas e encaminhamentos para a próxima assembleia.

Aqueles que se interessarem em participar da comissão basta entrar em contato com o Sindicato pelo telefone 3034-8685.

O movimento grevista começou no dia 1º de abril. O SAEP já realizou quatro assembleias e uma reunião com o dono da FTB. Participou de audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), de reunião conjunta, SAEP e Sinproep, com os representantes da faculdade, e três vezes foram marcadas datas com promessa de pagamento.