Brasília, sexta-feira, 20 de abril de 2012 - 17:7
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Brasil teve quase mil greves entre 2009 e 2010, segundo o Dieese
Fonte: Portal CTB, com agências
Pesquisa mostra que o número de greves de trabalhadores em 2009 foi maior na esfera privada (266) do que na pública (251)
Nos anos 2009 e 2010 ocorreram 964 greves no país, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Foram 518 greves em 2009 e 446 em 2010. Os números são os maiores da última década, superando o total de greves ocorrido em 2008 (411 greves). Os dados foram divulgados no dia 16.
O Dieese utilizou a base de dados do Sistema de Acompanhamento de Greves, desenvolvido e mantido pelo próprio departamento e que reúne informações das greves desde 1978.
O sistema é abastecido com notícias sobre greves veiculadas em jornais impressos e eletrônicos e da imprensa sindical.
Segundo o Dieese, o número de greves de trabalhadores em 2009 foi maior na esfera privada (266) do que na pública (251).
Em 2010, o número de greve em empresas privadas (176) foi menor do que no funcionalismo público e nas estatais (269). Houve uma greve que envolveu os dois segmentos em ambos os anos.
Em 2009, o total de horas paradas chegou a 34.730, a maior parte delas na esfera pública (25.316 horas). Já em 2010, o total de horas paradas alcançou 44.910 horas, dos quais 38.085 horas no setor público.
O Dieese disse que essa discrepância entre os setores público e privado se deve à ausência de regulamentação da negociação coletiva de trabalho no setor público e também ao fato de que, na esfera pública, as negociações são geralmente mais complexas, já que envolvem vários órgãos e instâncias de poder.
Segundo o estudo, o número total de greves ocorrido em 2009 pode estar na crise econômica mundial, que afetou principalmente a indústria.
“O ambiente econômico adverso e marcado por grande incerteza ensejou greves de caráter mais defensivo contra demissões em massa e tentativas de flexibilização – ou descumprimento - de direitos e condições de trabalho”, diz o estudo.
Em 2010, a recuperação da economia repercutiu na redução do número de greves, principalmente na indústria.
Direito assegurado
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, os números mostram que os trabalhadores brasileiros estão cada vez mais organizados, fazendo valer um direito que lhes é assegurado pela Constituição.
“A greve é um caminho legítimo para diversos tipos de negociação. Depois de um período de retração, especialmente nos anos 90, a classe trabalhadora assume a cada ano um maior protagonismo”, afirma.
Apesar desse avanço, o dirigente critica a postura de parte do Judiciário, que por meio de decisões controversas têm procurado coibir os movimentos legítimos de diversas categorias pelo país afora.
“Isso afeta especialmente o funcionalismo público. É por isso que a CTB apoia a regulamentação da Convenção 151 da OIT, que deixa claro o direito dos servidores em paralisar suas atividades quando se esgotam os outros canais de negociação”, sustentou Wagner Gomes.
Últimas notícias
SAEP convoca filiados para Assembleia de eleição dos delegados que irão para o 11º Conatee
5/6 - 17:53 |
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrenado como problema de Estado
3/6 - 16:3 |
A anistia aos golpistas é teratológica
21/5 - 15:22 |
Maio Laranja: proteger crianças e adolescentes é tarefa de todos
Notícias relacionadas
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
13/3 - 10:27 |
8 de março: Flora Lassance: Ser mulher vale a pena; mas é preciso lutar
10/1 - 10:21 |
TST: Só sindicato de trabalhador pode propor ação de reajuste salarial
28/11 - 10:52 |
13º: conquista sindical que reforça renda no fim de ano
16/7 - 15:52 |
Contadores não podem incentivar oposição à taxa assistencial, orienta Ministério Público