Brasília, quarta-feira, 21 de outubro de 2009 - 14:42
EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR
Mensalidades mais caras, lucros cada vez maiores; e o salário ó
Por: Daiana Lima
Empregadores negam direitos básicos aos auxiliares de administração escolar e ao mesmo tempo definem reajustes abusivos nas mensalidades escolares para 2010. Aumentos chegam ao dobro da inflação

As instituições de ensino particulares da educação básica e dos ensinos fundamental e médio do Distrito Federal se negam a pagar o mínimo das reivindicações salariais dos auxiliares de administração escolar.
Diante da intransigência dos patrões, os trabalhadores em educação se recusam a aceitar uma Convenção Coletiva de Trabalho que rebaixa os direitos da categoria.
A diretoria do SAEP ainda não assinou a CCT de 2009, porque os patrões querem impor um "acordo" que causa enormes prejuízos aos auxiliares.
Enquanto isso, os donos das escolas definem reajustes abusivos nas mensalidades escolares para o ano que vem.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF) orienta para que as mensalidades escolares tenham um aumento de 6,5% a 7%.
Apesar disto, pesquisa recente realizada por jornal local mostra que os aumentos informados pelas instituições chegam a até 10,2%.
Este percentual é o dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, que foi de 4,36%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isto mostra como os empregadores tratam a educação como mercadoria e os alunos como clientes, isto é, como mero objeto de exploração econômica.
Os patrões negam direitos básicos aos trabalhadores, que contribuem com a educação dos alunos e alunas, e visam apenas o aumento dos lucros, que são cada vez mais altos.
É absurda a falta de interesse dos donos das escolas em construir um acordo que atenda às necessidades da categoria.
Não há mais como usar a desculpa de dificuldades financeiras. Os empregadores, ano a ano, tem aumentados seus lucros.
Isto é perceptível, pois constroem cada vez mais prédios suntuosos para abrigar suas instituições e se gabam de expandir, inclusive para outros negócios, que não a educação.
O que os auxiliares querem
- Convenção Coletiva de Trabalho que valha por um ano (acordos por dois anos só se for benéfico aos trabalhadores e quando ele estiver à altura do que essa tão dedicada categoria merece);
- Piso da categoria que tenha como parâmetro o salário mínimo e sua política de recuperação e atualização permanente - piso atual (R$ 488,25), mais a reposição do INPC (5,83%), que vai perfazer um salário (piso) de R$ 516,70, retroativo a maio; e
- Não abrimos mão do parágrafo único da cláusula 5ª de nossa proposta de CCT, que determina: o piso da categoria não pode ser inferior ao salário mínimo acrescido de 5%.
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