Brasília, terça-feira, 5 de novembro de 2013 - 11:25
CAMPANHA SALARIAL
Trabalhadores da Companhia Energética de Brasília em greve
Fonte: Agência Brasil
De acordo com diretor do Stiu-DF, se houver queda de energia, certamente demorará para ser restabelecida porque o efetivo está bastante reduzido com o movimento
Servidores da Companhia Energética de Brasília (CEB) entraram nesta segunda-feira (4) em greve. De acordo com o diretor da Federação Nacional dos Urbanitários e do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu-DF), Jeová Oliveira, o movimento conta com 100% de adesão, fora o contingente de 70 pessoas destacado para trabalhar no centro de operação e nas subestações da empresa.
Os trabalhadores reivindicam abono de R$ 8,5 mil para cada um deles, a ser pago uma vez por ano, equiparação do piso salarial, atualmente de R$ 1,4 mil, ao do pessoal da Eletrobras (R$ 2 mil) e aumento salarial equivalente ao dobro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrado entre novembro de 2012 e outubro de 2013.
No acumulado de 12 meses, até setembro passado, esse índice – que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos – estava em 5,69%.
"A empresa propôs apenas manutenção do acordo vigente, que seria renovado automaticamente, segundo previu a súmula do TST [Tribunal Superior do Trabalho]. Ou seja, eles não têm proposta", disse Oliveira, referindo-se ao acordo que valeu de 2011 a 2013 com data-base em 1º de novembro. "Queremos um novo acordo com validade até 2015", disse o sindicalista.
"A adesão à greve foi total. Descontando o contingente de 70 pessoas que estão trabalhando no centro de operação ou aguardando nas subestações (duas pessoas por subestação), chegou a 100%. Não há ninguém trabalhando na área administrativa, fora alguns diretores. Nem a manutenção preventiva está sendo feita. Por enquanto, isso não resultou em problema para a população, mas, se energia cair, certamente demorará para ser restabelecida porque o efetivo está bastante reduzido", disse Oliveira à Agência Brasil.
O dirigente sindical explicou que boa parte das quedas constantes de energia ocorridas na cidade deve-se ao longo período de falta de investimentos na estrutura da empresa e ao efetivo, "que está aquém do mínimo necessário" para a prestação de serviços.
"Em 1989, tínhamos 2 mil trabalhadores para 380 mil clientes. Atualmente, são 1.016 trabalhadores para 950 mil clientes. Estávamos sem subestações, transformadores e linhas. O sistema até melhorou recentemente, a partir de alguns investimentos feitos pelo governo Agnelo [Queiroz, governador do Distrito Federal]. Mas a parte de pessoal continua extremamente deficitária", argumentou.
"Com o baixo número de trabalhadores e de viaturas, o tempo médio de atendimento permanece muito alto, independentemente da greve", acrescentou.
Oliveira atibui também à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) parte da má qualidade do serviço ofertado pela CEB.
"Há um problema de modelo. A população tem a ilusão de que a Aneel protege os consumidores, quando na verdade ela é uma das grandes responsáveis pelos problemas vividos pelas distribuidoras. É um modelo que, a exemplo do que ocorre na telefonia, resulta em um serviço caro, que emprega pouco".
Segundo ele, a CEB precisava ter pelo menos mil eletricistas. "Atualmente tem cerca de 300. O déficit é, no mínimo, de 700 eletricistas", disse o sindicalista.
"Lamentamos muito que a população de Brasília se sinta prejudicada, mas pedimos seu apoio porque nosso objetivo é atendê-la da melhor forma possível. Trabalhamos há anos em número muito reduzido e, em 2013, foram registradas três mortes por acidente de trabalho. Para melhorar a qualidade do serviço, defendemos mais concurso. Se hoje os serviços não estão tão bons, é porque trabalhamos com muito sacrifício", completou.
Dona da academia de balé Oficina da Dança, a empresária Elaine Peres, de 33 anos, disse à Agência Brasil que, nos últimos dois meses, teve prejuízo de pelo menos R$ 1,6 mil em decorrência da instabilidade da energia fornecida pela CEB.
Ela disse que ouviu de um engenheiro que o problema é a falta de manutenção da caixa de luz da quadra onde funciona a academia.
"Foram pelo menos duas quedas de energia que resultaram, nos últimos dois meses, na queima de aparelhos de som, disjuntores e de lâmpadas. O prejuízo foi, no mínimo, R$ 1,6 mil. Infelizmente, não recorri porque o processo envolve muita burocracia. Não posso ficar esperando o prazo de 45 dias para a CEB fazer o laudo. Até porque eles precisam levar os equipamentos para arrumá-los. Agora, me diz: como vou dar aulas de balé se eles levarem os aparelhos de som?", perguntou a empresária.
Os trabalhadores reivindicam abono de R$ 8,5 mil para cada um deles, a ser pago uma vez por ano, equiparação do piso salarial, atualmente de R$ 1,4 mil, ao do pessoal da Eletrobras (R$ 2 mil) e aumento salarial equivalente ao dobro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrado entre novembro de 2012 e outubro de 2013.
No acumulado de 12 meses, até setembro passado, esse índice – que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos – estava em 5,69%.
"A empresa propôs apenas manutenção do acordo vigente, que seria renovado automaticamente, segundo previu a súmula do TST [Tribunal Superior do Trabalho]. Ou seja, eles não têm proposta", disse Oliveira, referindo-se ao acordo que valeu de 2011 a 2013 com data-base em 1º de novembro. "Queremos um novo acordo com validade até 2015", disse o sindicalista.
"A adesão à greve foi total. Descontando o contingente de 70 pessoas que estão trabalhando no centro de operação ou aguardando nas subestações (duas pessoas por subestação), chegou a 100%. Não há ninguém trabalhando na área administrativa, fora alguns diretores. Nem a manutenção preventiva está sendo feita. Por enquanto, isso não resultou em problema para a população, mas, se energia cair, certamente demorará para ser restabelecida porque o efetivo está bastante reduzido", disse Oliveira à Agência Brasil.
O dirigente sindical explicou que boa parte das quedas constantes de energia ocorridas na cidade deve-se ao longo período de falta de investimentos na estrutura da empresa e ao efetivo, "que está aquém do mínimo necessário" para a prestação de serviços.
"Em 1989, tínhamos 2 mil trabalhadores para 380 mil clientes. Atualmente, são 1.016 trabalhadores para 950 mil clientes. Estávamos sem subestações, transformadores e linhas. O sistema até melhorou recentemente, a partir de alguns investimentos feitos pelo governo Agnelo [Queiroz, governador do Distrito Federal]. Mas a parte de pessoal continua extremamente deficitária", argumentou.
"Com o baixo número de trabalhadores e de viaturas, o tempo médio de atendimento permanece muito alto, independentemente da greve", acrescentou.
Oliveira atibui também à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) parte da má qualidade do serviço ofertado pela CEB.
"Há um problema de modelo. A população tem a ilusão de que a Aneel protege os consumidores, quando na verdade ela é uma das grandes responsáveis pelos problemas vividos pelas distribuidoras. É um modelo que, a exemplo do que ocorre na telefonia, resulta em um serviço caro, que emprega pouco".
Segundo ele, a CEB precisava ter pelo menos mil eletricistas. "Atualmente tem cerca de 300. O déficit é, no mínimo, de 700 eletricistas", disse o sindicalista.
"Lamentamos muito que a população de Brasília se sinta prejudicada, mas pedimos seu apoio porque nosso objetivo é atendê-la da melhor forma possível. Trabalhamos há anos em número muito reduzido e, em 2013, foram registradas três mortes por acidente de trabalho. Para melhorar a qualidade do serviço, defendemos mais concurso. Se hoje os serviços não estão tão bons, é porque trabalhamos com muito sacrifício", completou.
Dona da academia de balé Oficina da Dança, a empresária Elaine Peres, de 33 anos, disse à Agência Brasil que, nos últimos dois meses, teve prejuízo de pelo menos R$ 1,6 mil em decorrência da instabilidade da energia fornecida pela CEB.
Ela disse que ouviu de um engenheiro que o problema é a falta de manutenção da caixa de luz da quadra onde funciona a academia.
"Foram pelo menos duas quedas de energia que resultaram, nos últimos dois meses, na queima de aparelhos de som, disjuntores e de lâmpadas. O prejuízo foi, no mínimo, R$ 1,6 mil. Infelizmente, não recorri porque o processo envolve muita burocracia. Não posso ficar esperando o prazo de 45 dias para a CEB fazer o laudo. Até porque eles precisam levar os equipamentos para arrumá-los. Agora, me diz: como vou dar aulas de balé se eles levarem os aparelhos de som?", perguntou a empresária.
Últimas notícias
6/6 - 15:22 |
SAEP convoca filiados para Assembleia de eleição dos delegados que irão para o 11º Conatee
5/6 - 17:53 |
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrenado como problema de Estado
3/6 - 16:3 |
A anistia aos golpistas é teratológica
21/5 - 15:22 |
Maio Laranja: proteger crianças e adolescentes é tarefa de todos
SAEP convoca filiados para Assembleia de eleição dos delegados que irão para o 11º Conatee
5/6 - 17:53 |
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrenado como problema de Estado
3/6 - 16:3 |
A anistia aos golpistas é teratológica
21/5 - 15:22 |
Maio Laranja: proteger crianças e adolescentes é tarefa de todos
Notícias relacionadas
5/6 - 17:53 |
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrenado como problema de Estado
3/6 - 16:3 |
A anistia aos golpistas é teratológica
21/5 - 15:22 |
Maio Laranja: proteger crianças e adolescentes é tarefa de todos
20/5 - 12:20 |
MEC publica decreto que regulamenta EaD no Brasil
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrenado como problema de Estado
3/6 - 16:3 |
A anistia aos golpistas é teratológica
21/5 - 15:22 |
Maio Laranja: proteger crianças e adolescentes é tarefa de todos
20/5 - 12:20 |
MEC publica decreto que regulamenta EaD no Brasil