Os diretores do SAEP realizaram uma mobilização em frente à Universidade Paulista (Unip), durante toda a manhã desta terça-feira (31).

O objetivo do ato foi reivindicar melhorias de condições de trabalho na instituição que é a maior do País, mas, contraditoriamente, está entre as instituições de Brasília com os menores salários.

A mobilização teve apoio do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), que emprestou o carro de som da entidade sindical para que o ato pudesse ser realizado.

Desde o ano passado, a Unip tem apresentado elevados índices de reclamações e violações dos direitos dos trabalhadores.

Por isso, com auxílio de carro de som, o diretor do SAEP Mário Lacerda mobilizou toda a instituição com palavras de ordem que denunciavam as irregularidades na universidade.

Enquanto Lacerda divulgava as reivindicações da categoria, os diretores do Sindicato José Edvaldo, William Martins e Idenes Souza entregaram o jornal do SAEP para auxiliares e alunos da instituição.

Manifestação dentro da lei
A manifestação é legal e está garantida pelo artigo 5° da Constituição Federal, que diz que, desde que realizada de forma pacifica, deve ser respeitada.

Ou seja, se os patrões não escutam o Sindicato nas reuniões de negociações, a entidade vai às ruas para dizer o que quer e defende para a categoria.

Com este entendimento, uma viatura da Polícia Militar que estava  no local na hora da manifestação não interrompeu o ato. "Podem ficar tranqüilos, dêem o seu recado, nós iremos ficar aqui só para monitorar", disse um dos policiais que acompanhou a mobilização.

Apoio dos estudantes
Além de mobilizar os auxiliares de ensino, os diretores do SAEP pediram o apoio dos estudantes para a luta da categoria.

Durante a mobilização, os estudantes que saiam da instituição gritavam palavras de apoio e reconheciam a importância de atender às necessidades dos trabalhadores.

Vários alunos procuraram os diretores do Sindicato para demonstrar sensibilidade às reivindicações.

"É um absurdo, nós pagamos mensalidades altíssimas e é assim que a Unip trata os funcionários? Bom saber...", criticou um estudante.

Mário Lacerda chamou atenção para esta contradição financeira na universidade. "Você estudante paga uma mensalidade muito cara. Mas, os salários pagos pela Unip são um dos piores do DF", observou o diretor.

Repúdio às demissões
Ainda na mobilização, os diretores do SAEP repudiaram as demissões ocorridas na Unip nos últimos períodos, em especial à demissão do diretor do Sindicato Wagner dos Reis Ferreira da Silva.

Wagner prestou serviço por seis anos na Unip, é uma liderança entre os auxiliares, um diretor atuante, e teve como resposta a todos esses anos de dedicação, comprometimento e fidelidade à instituição, a demissão.

Essa atitude da universidade é uma forma de retaliação ao Sindicado devido às inúmeras ações que o SAEP tem feito para impedir o desrespeito aos trabalhadores.

O SAEP enviou à Unip duas propostas de acordo coletivo, em que várias reivindicações dos auxiliares são contempladas. No entanto, a proposta do Sindicato foi recebida com cinismo e rejeitada pela diretoria da instituição, que não reconhece a necessidade dos funcionários e ainda paga um salário em torno de R$ 600.

"A Unip é contra o aumento do piso salarial, contra o auxilio educação, auxilio creche, contra o ganho real. Com esses salários de fome a Unip diz que faz educação de qualidade. Que educação de qualidade é essa que trata à míngua seus funcionários?", questionou Lacerda, diretor do SAEP.

Participação dos trabalhadores
Colega auxiliar, não se sinta coagido pelo empregador, qualquer tipo de violação aos direitos trabalhistas e condições precárias de trabalho denuncie ao Sindicato que os diretores sindicais irão procurar meios legais para regularizar as pendências.

Filie-se ao SAEP e fortaleça o Sindicato nesta luta por melhorias para os trabalhadores e contra desrespeitos aos auxiliares em educação do DF.

Edição: Daiana Lima