Brasília, quarta-feira, 22 de julho de 2009 - 12:18
INCLUSÃO SOCIAL
Bolsa Família tem reajuste confirmado
Fonte: CorreioWeb
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta terça-feira (21) que o Bolsa Família será reajustado nos próximos meses. Apesar de não comentar valores — estima-se que o aumento do benefício gire na casa dos 5%

O programa será uma dos principais investimentos da campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, postulante ao cargo hoje ocupado por Lula, no pleito de 2010. E também reforça a imagem do governo, que tem intensificado os gastos com projetos de cunho social.
Uma das bandeiras levantadas pelos governistas é que, apesar da crise econômica e da queda na arrecadação de tributos, não houve diminuição nos investimentos em programas sociais.
Em janeiro deste ano, um dia depois de o governo anunciar um corte de R$ 37 bilhões no Orçamento, o Bolsa Família recebeu mais 1,3 milhão de adesões em sua lista de beneficiados.
Assim, até outubro, o número total de atendidos pelo programa no país chegará a 12,4 milhões — pouco mais que o triplo de atendimentos em 2003, quando o programa foi implantado.
O benefício varia de R$ 20 a R$ 182 por mês às famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 137. Todos os beneficiários estão listados em um cadastro único, criado pelo governo para evitar fraudes e agregar todas as informações da família beneficiada num único espaço.
O peso eleitoral do programa é expressivo — o sucesso do Bolsa Família foi um dos fatores apontados para a larga vitória do presidente Lula sobre seu oponente, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nas eleições de 2006 nos estados da Região Nordeste.
E, em 2010, o programa terá, mais uma vez, papel relevante nas eleições presidenciais. A intenção é apontar o principal programa social do governo como um dos responsáveis pelo crescimento do consumo interno.
"É um dinheiro que o governo distribui para ser aplicado em todas as cidades. Isso cria uma possibilidade de consumo", afirma o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (SP).
Apesar de, no passado, reajustes como o previsto para este ano terem sido apontados como "eleitoreiros" pela oposição, agora, o Palácio do Planalto sabe que dificilmente enfrentará críticas dos oposicionistas.
"O reajuste de um benefício que está ajudando as pessoas não pode ser negativo", afirma o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ).
No início do mês, o partido lançou a Agenda Família, implantado na cidade de Paulo Afonso, no interior da Bahia. O projeto atende, inicialmente, 35 famílias e, segundo Maia, se diferencia do programa do governo federal por analisar, caso a caso, as necessidades das famílias atingidas.
"O governo não está conseguindo enxergar o futuro dessas famílias e fazer com que elas não dependam mais do governo no futuro", afirma o parlamentar.
A crítica também foi feita por um leitor na coluna semanal O presidente responde. No texto, publicado em periódicos de todo o país, Lula defendeu mais uma vez o programa.
Ele rebateu as críticas e afirmou que o Bolsa Família "também ensina a pescar, porque os beneficiados têm que comprovar os cuidados com a saúde e a frequência escolar dos filhos".
Mas ressaltou que "também precisa dar o peixe. Só quem passou fome sabe a dor de ver os filhos sem ter o que comer".
Exigências
As famílias beneficiadas pelo programa se comprometem a manter os filhos na escola e a seguir o calendário de vacinas.
Assim, crianças e adolescentes de até 15 anos em idade escolar precisam frequentar 85% das aulas (para jovens entre 16 e 17 anos, o índice é de 75%) para continuar tendo acesso ao benefício.
Diante dos bons resultados do programa, o Bolsa Família, que chegou a ser classificado de "esmola" no passado, está longe de ser o alvo principal da oposição nas eleições de 2010.
Enquanto as críticas se voltam para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família continua sendo o carro-chefe do governo na disputa pelo Planalto.
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